quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Os Ralis - década de 1960



Após a efervescência do retorno das competições, muitas marcas começam a ver os ralis como uma excelente forma de divulgação, não só para os carros no mercado interno, mas como divulgação da marca para novos mercados. Mas o espírito de aventura ainda prevalece, embora o profissionalismo comece a crescer e tomar conta da modalidade. Os carros de rali, assim como os de Fórmula 1, começam a ostentar algum patrocínio de forma tímida, no caso dos carros de rali, eram os patrocinadores da prova, e os fornecedores das equipes (peças,  pneus, lubrificantes, combustível, etc).

As marcas começam a desenvolver carros com fins específicos para competição, ao invés de pegar um modelo de série e adequá-lo para competir. Em 1966, a CSI instaura o regime de classificação dos carros em competições:
  • Grupo 1 - Carros de produção com mínimo de 5.000 unidades anuais com poucas modificações
  • Grupo 2 - Carros de produção com mínimo de 1.000 unidades anuais com modificações mais extensas
  • Grupo 3 - Carros de produção com mínimo de 500 unidades anuais
  • Grupo 4 - Carros de produção com mínimo de 25 unidades anuais
  • Grupo 5  - Protótipos

 Nos ralis são usados os carros das classes Gr.1, Gr.2, e Gr.4, sendo os Gr.3 e Gr.5 destinados para provas de GT e Endurance respectivamente. Nos carros Gr.1 eram permitidas modificações de segurança e adequação para competição. Nos Gr.2 eram permitidas mudanças mecânicas mais profundas, como alteração do sistema de alimentação, modificações no cabeçote, e reescalonamento do câmbio. Os Gr.4 eram versões esportivas dos modelos de série feitas para competição, com peças próprias ou usando de outros carros do fabricante, a venda era geralmente para equipes e pilotos privados.


Nessa época, a FIA estabeleceu uma lista de equipamentos obrigatórios para ralis:
Equipamentos externos:
  • Gancho traseiro para ser rebocado
  • Par de faróis antineblina
  • Fecho para o capô dianteiro
  • Tanque de combustível de 100 litros
  • Gaiola de Segurança
Equipamentos internos:
Extintor
Kit de primeiros socorros
Panos para limpar vidros e espelhos
Lanterna
Buzina extra para o navegador
Cintos de segurança de três pontos para piloto e navegador
Banco de competição para o piloto
Banco reclinável para o navegador
Suporte para mapa
Descanso para o pé esquerdo do piloto
Dois pneus sobressalentes
Termômetro para temperatura externa
Relógio e cronômetro para marcar o tempo das especiais
Odômetro de precisão para o navegador
Calculadora

Equipamentos essenciais:
Caixa de ferramentas
Peças de reposição para reparos rápidos
Lâmpadas sobressalentes
Spray anticongelante
Limpa-vidros
Compressor de ar comprimido para encher pneus
Triângulo de emergência
Corda para ser rebocado
Peças sobressalentes (limpador de vidro, lâmpadas, bombas de combústível, pastilhas de freio, etc)
Latas de óleo lubrificante
Galão de combustível
Pedaços de madeira para desatolar o carro

Algumas mudanças eram necessárias por questão de regulamentação de trânsito do país que sediava a prova, como por exemplo, os carros ingleses tinham que modificar os faróis para se adequarem às normas européias, ou um adesivo avisando que o carro possuia direção à esquerda quando fosse correr em países onde a direção é à direita (usado até hoje).


Nessa época, os fabricantes começavam a olhar os carros Gr.4 como as vedetes do show, e era comum se jutarem com uma (ou às vezes duas) preparadoras e criar uma versão Gr.4 de um modelo de rua, ou  "evoluir" um Gr.2, com isso os carros ficavam cada vez mais distantes dos carros de rua. Além de muitas marcas começarem a levar os ralis como um grande investimento.

Um comentário:

Luís Augusto disse...

Belo resumo da última década romântica das corridas; a partir dos 70's não havia mais lugar para aventureiros.