quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Os Ralis - década de 1980

Ah! os loucos anos 80, new wave, coisas coloridas...e as mais velozes máquinas da história do automobilismo. No início da década a FISA decidiu reorganizar a estrutura da classificação dos carros, passando de numérica (Gr.1-5) para alfabética (Gr.A-N). Com isso, o Gr.1 se tornaria o Gr.N (carros de produção com poucas modificações); o Gr.2 viraria o Gr.A (carros de produção modificados); o Gr.4 (carros GT modificados) se fundiria com o Gr.5 (carros-esporte) e se tornariam o Gr.B. Basicamente, a Federação cometeu um erro fatal logo na mudança de regulamentos, em 1982. À critério de homologação, eram necessários o mínimo de 200 carros por ano, isso somado a um regulamento que era uma mãe para as montadoras, fez com que os carros evoluíssem a passos largos.
Exemplo, imaginem um carro hipotético, a fabricante pega esse carro, e desenvolve uma versão esportiva dele, faz as duzentas unidades para homologação e coloca o carro pra correr. Para fazer qualquer modificação significativa, era só fabricar 10% da produção anual, com isso, em um ano um modelo hipotético poderia ter  três evoluções durante o ano!!!
Vendo que as fábricas faziam a festa, já que para homologarem seus carros fabricavam o limite mínimo e nesses 200, os carros de corrida estavam inclusos, além de fabricarem versões de rua que eram diferentes entre si (saiam carros iguais, mas com rendimentos diferentes), fez a FISA rever os conceitos e planejar um substituto para o Grupo B, com um regulamento mais sensato, e com uma homologação mais acessível, seria o Grupo S, onde teriam carros de até 300CV, com carroceria sillhouette (desenho livre e sem a obrigatoriedade de "ser" algum modelo existente), sem a possibilidade de evolução do carro durante o ano.
Mas nesse período, a falta de limites do Gr.B cobrou seu preço, cada vez mais acidentes com vítimas fatais, tanto pilotos como espectadores, fizeram a FISA tomar uma providência, suspenderam o Gr.S e cancelaram o Gr.B em 1986. Foi uma mudança radical, pois saíram de carros de rali que andavam tanto quanto um F1, para carros mais fracos (Gr.A). Além disso, muitos pilotos se afastaram do WRC em protesto, e as fábricas ficaram perdidas, pois algumas já possuíam inclusive os carros pro Gr.S prontos, e tiveram que fazer um carro às pressas para competir. Embora, o Gr.A fosse válido para campeonato desde 1986, só no ano seguinte é que foi "promovido" ao topo dos ralis, a diferença entre os carros foi sentida e duramente criticada pelos pilotos logo nas primeiras provas. A Lancia se destacou como a marca mais vitoriosa nos ralis foram 4 títulos na década, sendo que a partir de 1987, estabeleceu uma sequência de 6 títulos consecutivos. E assim foi aquela que é considerada a década de ouro dos ralis....

5 comentários:

Renato Tonini disse...

É a década que deveria inspirar os rallies hoje.

Incrível ver essas baratas dos anos 80 andando, pena não ter vivido (ou melhor, ser adulto) nessa época para poder ir a loucura com o que foi de melhor, antes da invasão do politicamente correto, que infelizmente chegou ao automobilismo.

Longa vida ao Grupo B.

Tohmé disse...

Cacete. Samara, RS 200, R5. Aliás, aquele que está ao lado do Renaul com patrocínio da MArlboro é uma Stratus?

Germano disse...

Thomé, é um Ford RS200 semi-oficial =D

SAVIOMACHADO disse...

Realmente uma época de ouro, cheia de experimentos e carros muito diferentes.
Parabéns. Ótimo post.
Grande abraço.
SAVIOMACHADO

Anônimo disse...

bom comeco